Páginas

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Escritor Baiano Eleito Membro
Titular do Pen Clube do Brasil


          O escritor baiano (de Itabuna) Cyro de Mattos foi eleito Membro Titular do Pen Clube do Brasil  e sua posse ocorrerá no dia 23 de outubro, às 17 horas, no salão nobre da entidade, na Praia do Flamengo, 172, Rio de Janeiro. A Professora Emérita Doutora Olívia Barradas proferirá o discurso de recepção ao novo membro.  A indicação do poeta  para integrar o Pen Clube do Brasil foi por iniciativa da escritora Helena Parente Cunha, Doutora em Letras e Professora Emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
        Fundado em 2 de abril de 1936, no Rio de Janeiro, por iniciativa do escritor Cláudio de Sousa, o Pen Clube  destina-se a congregar escritores do País, estimular a criação literária e a concepção universalista dos bens da cultura, da liberdade e da paz, propugnando os sentimentos que animam o P.E.N. Internacional, bem como a UNESCO, sob cujos auspícios se encontra. O Centro Brasileiro (RJ) integra o PEN Internacional, sediado em Londres, conservando-se autônomo em seus procedimentos administrativos e culturais.

         ALTO NÍVEL

          Vários membros do Pen Clube do Brasil pertencem também à Academia Brasileira de Letras. O seu presidente atual é o escritor Cláudio Aguiar. A instituição reúne um conjunto de intelectuais  do mais alto nível,  formado por escritores, poetas,  tradutores, educadores  e professores universitários, como Rubem Fonseca, Muniz Sodré, Nélida Piñon,  João Ubaldo Ribeiro, Paulo Coelho, Ana Maria Machado, Arnaldo Niskier, Carlos Heitor Cony, Carlos Nejar,  Cleonice Berardinelli, Deonísio  da Silva, Domício Proença Filho,  Edivaldo Boaventura, Eduardo Portella, Evaristo de Moraes Filho, Fábio Lucas, Fernando Gabeira,  Ivan Junqueira, Ives Gandra da Silva Martins, Ivo Barroso, Ivo Pitanguy, , Marcos Maciel, Dom Paulo Evaristo Arns, Pedro Lyra, Reynaldo Valinho Alvarez, Ricardo Cravo Albin, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Sábato Magaldi,  Silviano  Santiago, Stella Leonardos, Salgado Maranhão, Helena Parente Cunha, Olívia Barradas  e Sílvio Back.  


  PEN Clube do Brasil
  Filiado ao PEN International (Londres)
  Fundado em 2 de abril de 1936


Ofício PEN - nº 47 / 2013
 Rio de Janeiro, 1º de julho de 2013

        
Escritor Cyro de Mattos:


Tenho a satisfação de comunicar que, pela Assembleia Geral Extraordinária do PEN Clube do Brasil realizada no dia 28 de junho p. passado, Vossa Senhoria foi eleito para integrar o Quadro Social de Membros Titulares de nossa Instituição, de acordo com proposta de iniciativa da escritora Helena Parente Cunha.

Estou certo de que Vossa Senhoria encontrará no PEN uma atmosfera de convivência acolhedora e participativa que, agora, passará a contar com a sua importante presença e colaboração.

O PEN Clube do Brasil se enriquece com o seu ingresso e, em nome da Diretoria, transmito-lhe os nossos melhores votos de boas-vindas.

Informo, ainda, que sua posse poderá ocorrer dentro do prazo estatutário de 6 (seis) meses, a contar dessa data. Para maiores informações, relativas aos procedimentos de sua posse (administrativa ou solene), favor entrar em contato com a Secretaria do PEN Clube.

Atenciosas saudações,                                                                    


           

                           Cláudio Aguiar
                                                            Presidente do PEN Clube do Brasil





Praia do Flamengo, 172 – 11 º andar – Rio de Janeiro / RJ - CEP 22210-030 – Tel/Fax: (21) 2556-0461

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Escritora Maria Nadja Nunes  Participa do III ENEBI


A escritora de literatura infantil, Maria Nadja Nunes participará do III Encontro de Escritores Baianos Independentes (ENEBI) e lançará seu terceiro livro Isa Isa Isabela. A obra é uma homenagem à segunda neta, nascida em 2012.O ENEBI acontecerá nos dias 10 e 11 de outubro, na Biblioteca Pública Thales de Azevedo, na Rua Adelaide Fernandes da Costa, no Costa Azul, em Salvador/Ba.
Além de Isa Isa Isabela, Nadja apresentará os livros A menina do dente mole e A menina que tinha medo de vento, livros para um público entre 3 e 7 anos. Pedagoga e diretora da Editora da Universidade do Estado da Bahia (Eduneb), Nadja diz ter se inspirado em sua neta, chamada Júlia, nos dois primeiros livros, para compor as histórias. “Acho que há uma relação muito estreita da pedagogia com a avó. Vivi essas situações cotidianas com uma criança perto de mim”, revela.
O Encontro, que  homenageia o líder sul africano Nelson Mandela, pretende proporcionar um momento de troca de idéias, discussões e o desenvolvimento de projetos e publicações de escritores baianos. A programação conta com palestra, mesa-redonda, lançamento de livro e revista, exposição de publicações, recital poético etc.
O III ENEBI é realizado pela União Baiana de Escritores e Fundação Òmnira, com o apoio da Fundação Pedro Calmon, da Associação dos Professores Universitários da Bahia (APUB), da Cantina da Lua e do site Galinha Pulando.
Lançamento
Isa Isa Isabela também será lançado no dia 05 de outubro, na Livraria Cultura, no Salvador Shopping, e durante o Tabuleiro das Letrinhas Baianas, no dia 16 às 16h, no Shopping Itaigara, em Salvador.
Valor
Isa Isa Isabela – R$ 25
A menina que tinha medo de vento – R$ 20
A menina do dente mole – R$ 20


terça-feira, 24 de setembro de 2013

Cerimônia de Posse da Academia de Letras de Itabuna- ALITA

O escritor Cyro de Mattos e sua esposa Marisa com a cineasta Raquel Rocha.









Fotos: Thiago pereira


O Clarim da Garrincha

                                  (Crônica de Cyro de Mattos)
        


                 Lá  está a garrincha com o seu clarim no alto do poste.  Escovo os dentes, tomo banho e, apressado, ainda vestido no pijama,  vou para a  sacada do apartamento. Fico ali sentado na cadeira, ouvindo o clarim da garrincha, que estridente não para de anunciar que a noite chegou ao fim. Quanto mais escuto, quero mais escutar esse aviso que ressoa nos meus ouvidos como um dos milagres operado por Deus na manhã clara. Um passarinho aceso de canto e luz matinal, tão pequeno, vestido num casaquinho marrom,  com seu clarim a vibrar contente,  todas as vezes em que  anuncia a vida perto de clarear o dia.
              Quando surge a madrugada, de azul, branco e rosa nas asas,  a garrincha logo vibra lá no alto seu clarim. Repetidas vezes, ela toca forte, enquanto o sol começa a desembarcar da carruagem de ouro, vindo lá detrás do morro, que cerca uma das partes da cidade. Todo dourado pela cauda, o sol não demora a resvalar seus raios sobre casas e prédios de minha rua. Imagino como devagar o sol, nessa hora, passa a iluminar os seres e as coisas em vários locais da cidade. As coisas que foram postas no mundo para que sejam vistas e alcançadas. Assim, na manhã  que brilha no sem fim, é que fico a escutar a garrincha tocando  seu clarim, sem me cobrar nada, numa cena bonita de ver.
          Todas as vezes que a garrincha começa a tocar seu clarim para anunciar que a noite chegou ao fim, o bem-te-vi sai de sua casa no alto da palmeira e vai pousar na  antena da televisão, instalada no telhado da casa do vizinho, em frente. De lá, ele avista os raios de sol alagando de luz a  fachada dos prédios e casas na rua. Batendo as asas, radiante canta:
               - Bem-te-vi!
               - Bem-te-vi!
               - Bem-te-vi!
               Nervosos e barulhentos, os assanhaços bicam a manhã luminosa  nos galhos do flamboyant. A rolinha faz carícias de amanhecer no companheiro que se aproxima dela.  As andorinhas dão voos ligeiros, trissam alegres na manhã banhada de luz. O beija-flor, no seu pequenino ventilador,  sai beijando, uma a uma, as flores no quintal do vizinho. Os pombos enchem o ar como naves serenas que seguem na direção do prédio de fachada amarela.  Um casal de pombos pousa no telhado da casa. Os bicos se tocam, sempre  inquietos no afeto. Nunca é de mais o arrulho seguido, nesse ritual do amor, que eles cumprem desde ontem, continuam hoje, prosseguirão amanhã e depois.
                          Havia me mudado com a família para esse novo apartamento, que dá para a nascente. É bem ventilado e iluminado,  não fica distante do centro da cidade. A rua é calma, nela passam poucas pessoas e carros. Quando era pequeno, no lugar desse bairro onde está localizado o apartamento em que agora eu moro,  havia pastos e capoeiras de uma fazenda de cacau decadente. Aqui jogava futebol com meus queridos amigos no campo improvisado; no meio do pasto, duas pedras marcavam as balizas de cada gol. Era aqui mesmo que  armava arapuca para pegar passarinho na capoeira.
           Antes de fazer a mudança para o apartamento, andava me perguntando o que era que um homem idoso como eu estava fazendo ainda neste mundo. Com setenta e quatro anos de idade, sentia-me deslocado  nesse mundo cheio de atropelos e sobressaltos, consumismo extremo, guerras inconcebíveis, desigualdades e dominações. Crimes horrendos pelo insano matador das vítimas indefesas e inocentes. Tráfico de drogas. A arte literária machucada pela onda de falsos artistas, uma gente vaidosa e compulsiva  que deturpa o que é belo, sem qualquer remorso. Arremedos de escritores e poetas tomam o lugar de quem merece aplauso e reconhecimento, ao invés do exílio e esquecimento. Ao  largo a música popular alucinante, alimentada por manadas ferozes,  feita com fácil arrumação da letra, que não suaviza a alma, não cativa nem comove. Presta-se apenas para o prazer do corpo, que balança e treme, mexe  e remexe,  na dança que não se esgota. É  a hora e a vez  da imagem e som como faces de uma linguagem que domina o social.  Perguntava-me o que  ainda eu estava  fazendo aqui, neste mundo conturbado, de gestos truculentos, políticos corruptos, resvalando sobre minhas sombras esse mal-estar que me envolve agora, desafinando-me, impiedoso,  com a natureza das coisas em constante transformação.   
                         O que se envolve em mim de luz e pluma, a cada  manhã anunciada por um pequenino músico divino, retira-me, neste instante, a tristeza de tudo que é o fim. De repente eis que estou salvo. O mundo,  que ressoa  nessa guerra lá fora,  de cada um só pensar em si, passa a ter uma visão diferente. Impele-me a olhar para ele de uma maneira agradável,  inclinado de alegria nos sons diminutos,  cantantes e brilhantes do amor.
                     Enquanto a garrincha prossegue na manhã tocando forte seu clarim.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Posse na Academia de Letras de Itabuna- ALITA


Nesta sexta as 19:00 horas A Academia de Letras de Itabuna diplomará 10 novos membros, sendo 7 efetivos e 3 membros correspondentes.

Como membros efetivos serão empossados pessoas que se destacaram em diversas áreas: Celina Santos, jornalista (Cadeira nº 24, que tem Clodomir Xavier de Oliveira como patrono); Gideon Rosa teatrólogo e jornalista (Cadeira nº 37; Patrono: Luís Gama)  a professora Maria Delile de Oliveira, educadora (Cadeira nº 28; Patrono: Firmino Rocha),  Maria Rita Dantas, também educadora (Cadeira nº 36; Patrono: José Bastos); Naomar Almeida Filho, reitor da Universidade Federal do Sul da Bahia (Cadeira nº 38; Patrono: Manuel Lins); Raquel Rocha, cineasta (Cadeira nº 25; Patrona: Elvira Foeppel), e Sérgio Habib, jurista (Cadeira nº 32; Patrono: Itazil Benício dos Santos). 

Na mesma sessão solene serão empossados como acadêmicos correspondentes da ALITA o professor Cristiano Lobo, o jurista Edvaldo Brito e a professora Ivete Sacramento.


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Mostra Cyro de Mattos - Universidade de Salamanca


A Literatura do Sul da Bahia  
Ultrapassa Fronteiras do Brasil

A literatura do Sul da Bahia  ultrapassa as fronteiras do Brasil e ganha o mundo. No próximo dia 30 de setembro, na Casa de Escrita da Câmara Municipal de Coimbra, Portugal, o escritor Cyro de Mattos  estará autografando a edição portuguesa de seu livro “Vinte e Um Poemas de Amor”, com ilustrações da artista plástica baiana Edsoleda Santos.  Este é o terceiro livro do poeta publicado pela Editora Palimage, de Coimbra. Os outros são “Vinte Poemas do Rio”, bilíngüe, português-inglês, e “Ecológico”.
           Nos dias 2 e 3 de outubro, Cyro de Mattos estará representando a Bahia no XVI Encontro de Poetas Iberoamericanos, evento realizado na Espanha e coordenado pelo professor da Universidade de Salamanca, Alfredo Perez Alencart. Nessa edição, o Encontro reunirá 50 poetas de 12 países, entre eles México, Portugal, Espanha, Chile, Colômbia, Nicarágua, Uruguai, Argentina, Peru e Honduras. Além de Cyro de Mattos, os poetas Álvaro Alves de Faria, de São Paulo,  Paulo de Tarso e Rizolete Fernandes, do Rio Grande do Norte,  representam o Brasil no evento de repercussão internacional, que neste ano homenageará um dos maiores nomes das poesia espanhola, Fray Luís de León.      
         Durante o Encontro, uma antologia  com poemas escritos por autores convidados, entre eles Cyro de Mattos, será lançada para homenagear Fray Luís de León. “Minha poesia intitula-se Soneto de Fray Luís de León.  A antologia será publicada em 50 línguas. Essa é uma oportunidade ímpar para a cultura do nosso Estado da Bahia ultrapassar as fronteiras brasileiras e mostrar seu nível expressivo de  criatividade”, disse Cyro de Mattos.
        Na edição do XVI Encontro, haverá o lançamento de “Onde Estou e Sou”, antologia poética de Cyro de Mattos, bilíngue, com versão para o espanhol  e prólogo de Alfredo Pérez Alencart, e ainda uma exposição de livros do poeta e narrador, no Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Salamanca.  A obra “Onde  Estou e Sou”  reúne poemas extraídos de “Vinte Poemas do Rio”, “Cancioneiro do Cacau”, “Ecológico”, “Vinte e Um Poemas de Amor” e “Oratório de Natal”, livros publicados, e dos inéditos “Rumores de Relva e Mar”, “Agudo Mundo” e “Devoto do Campo”. O convite para Cyro de Mattos participar do evento partiu do professor Alfredo Pérez Alencart. Os outros livros do poeta que foram editados no exterior são “Zwanzig Gedichte von Rio und andere Gedichte” (Alemanha), tradução de Curt Meyer Clason, “De tes instants dans le poème”/De teus instantes no poema”, Les Editions du Cygne, Paris, versão para o francês de Pedro Vianna, Prêmio Internacional de Poesia Jean Paul Mestas, da UBE/RJ, capa do baiano Ângelo Roberto,  “Canti della terra e dell`acqua”, Editora Romar. de Milão, e Poesie della Bahia/Poemas da Bahia”, Edfitora  Runde Taarn, de Varese, os dois últimos na Itália,  com tradução de  Mirella Abriani.